sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Dia 04/09/2009 – Aventuras com as vendedoras de lojas

Já perceberam como as vendedoras de lojas, costureiras ou qualquer outro profissional do vestuário (que não de lojas especializadas em tamanhos maiores), naquela ânsia de sair vendendo sabem ser cruéis de vez em quando?
Eu tenho alguns casos ao longo da minha vida que me marcaram, hoje até me fazem dar risada, mas na época alguns deles me fizeram inclusive encher os olhos de lágrimas. Não bastasse os gordinhos, durante a infância terem que passar por piadinhas infames do tipo...no momento que vai sentar em uma sala de aula, todo mundo se levanta, tem que ainda aturar na vida adulta vendedores de lojas que não tem um pingo de “Simancol”.
Me lembro de dois episódios bem específicos: certa vez, a empresa onde eu trabalhava estava fazendo uniformes novos e por isso contrataram uma costureira para tirar nossas medidas e anotar os tamanhos para o uniforme. Quando eu fui provar a calça, para dizer o tamanho que ela teria que confeccionar pra mim, ela me olhou de cabo a rabo e disse bem assim: “Nossa, com uma carinha linda dessa, você bem que poderia perder uns quilinhos!”. Eu não sei se ela tentou me elogiar, mas a mulher foi tão delicada quanto um elefante em uma loja de cristais. Fiquei olhando para aquela cara cheia de curativos (ela tinha recém feito uma plástica no nariz), completamente sem reação, louca para dizer que pelo menos educação eu tinha, ou que pelo menos na minha cara eu não ia precisar fazer nada, mas...sei que na hora não arrumei nem coragem e nem força pra isso. O que me consolou é que parece que ela disse coisas do tipo pra pelo menos cinco outras colegas e elogiou o corpo da colega que sofria de anorexia. Então, isso me reanimou um pouco. A mulher era recalcada mesmo.
Um segundo episódio ocorreu no Natal passado, quando eu estava em uma loja comprando presentes para a minha irmã e para o meu cunhado. Quando a vendedora já estava empacotando a calça e a camiseta que eu comprei, ela largou: “Você não vai levar nada pra você também? Temos calças de vários modelos e EM TODOS OS TAMANHOS”. Entenderam o que ela quis dizer né? Faltou isso aqui pra mim não dizer “como é que você ainda quer vender alguma coisa me chamando de gorda?????”. Mas eu não sei porquê nessas horas eu nunca consigo falar nada, é impressionante.
Mas bem, empolgada com a dieta, como toda mulher feliz (ou infeliz) resolvi fazer umas comprinhas. Vi a propaganda de uma liquidação em um shopping de Porto Alegre e pedi para o meu marido me levar até lá (é impressionante...eu sou capaz de dirigir por qualquer lugar no Rio Grande do Sul, mas quando o assunto é dirigir em Porto Alegre eu sou muito seletiva hehehehe). Precisava de umas roupinhas de meia estação, de preferências vestidos soltinhos e batinhas, já que a fase dos casacos pesados passou e não tem mais como me esconder embaixo das roupas.
Encontrei em uma das vitrines um vestido social, bem para trabalhar mesmo, na cor verde escuro. Achei ele lindo (e soltinho, o que eu queria). Entrei na loja, pedi para a vendedora um modelo e fui provar.
A primeira coisa que alguém que na está contente com o próprio corpo faz em um provador é ficar dando uma conferida de 2 minutos na aparência. Conta quantas celulites novas apareceram na bunda, quantas estrias, coisas do tipo. A segunda coisa que a gente faz dentro de um provador é passar um calor danado lá dentro. Provar uma roupa é apenas um detalhe. Em resumo, não existe nada de bom para os avantajados em entrar dentro de um provador. Mas foi pra isso que eu entrei lá, não foi? Então, vambora!
Vesti o vestido, rezando para aquela roupa de tamanho único entrar. Ficou marcando um pouquinho, mas eu gostei. Aí a vendedora (muito atenciosa, mas daquele tipo que pergunta o seu nome para quem está te acompanhando para puxar o seu saco) abriu a porta do provador, me olhou, ajeitou me vestido e disse: “quem sabe você não prova o preto?”. Filha de uma............desgranida de uma.........as pessoas não se ligam que ao sugerir o preto, você está automaticamente sugerindo que a pessoa disfarce alguma coisa! Mas tudo bem, até concordei com ela. Provei o preto e realmente ele ficou melhor (azar se eu quiser usar ele no verão). Levei o vestido e uma bata. Quando estava no caixa, a vendedora estava atendendo uma outra senhora. Quando ela saiu do provador com uma regata multicolorida (prefiro não comentar sobre isso), a vendedora olhou para ela e disse: “quem sabe você não prova uma preta?”. Será que elas são treinadas para isso? A cliente olhou meio estarrecida e respondeu que o que ela mais tinha era roupa preta (argumento que fez ela ficar quieta para não perder a venda).
Sabe de uma coisa? Comprar uma roupa nesse estado é uma verdadeira comédia pastelão...

Um comentário:

Ana Cristina Cattete Quevedo disse...

Li todos os posts rs
Voce escreve MUITO bem
Até me vi em todas as situações kkkk

:)

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