quarta-feira, 2 de setembro de 2009

01/09/2009 - O início...

Início de setembro...os primeiros sinais de verão querendo aparecer. E com o calor, aquela necessidade de uma manguinha curta. E com a manguinha curta, aquela banha embaixo do braço que mais parece a capa do Batman! Sério gente, se eu pulasse de um prédio nesse momento, era só abrir os braços em forma de pára-quedas que eu estava salva!
Foi hoje que eu dei meu basta: está mais do que na hora de tomar vergonha na minha cara e começar, mais uma vez, mas agora com um pouco mais de compromisso, a emagrecer de uma vez. Mas antes de ficar falando sobre como eu vou começar essa empreitada, permitam que eu faça uma pequena autobiografia:
Peso é uma coisa que me incomoda desde a minha infância. O ano é 1985. Nasci com 4,180kg! Desde as primeiras horas de vida, já sabia como era ser identificada como a maior da turma. Eu lá, naquele berçário, recém descobrindo quem eram meus pais e para que serviam as minhas mãos...Minha mãe, coitada, que quando engravidou pesava meros 47kg e que estava se sentindo como se tivesse parido um boi e o meu pai, no auge de seu 1,68m, todo orgulhoso, porque o bebê dele era o maior do berçário. As roupas do chá de bebê serviram só até a primeira semana. Não demorou muito para que o pediatra alertasse sobre a minha tendência para engordar: “nada de mamadeira reforçada com farinha, amido de milho ou qualquer coisa do tipo”. Qual não foi a surpresa dos meus pais quando flagraram a babá enchendo a minha mamadeira com uma farinha chamada “arrozina”, na época a “Farinha Láctea” da criançada, “porque a pobrezinha não parava de chorar de fome”. Gulosa, pessoas, essa é a palavra. G-U-L-O-S-A. Desde pequena, eu simplesmente não tinha limites. Podia estar com a barriga tão cheia que a comida poderia estar saindo pelo umbigo, mas como diz o meu pai “eu não podia nem com o cheiro da teta”. Bastava minha mãe mencionar que iria me dar de mamar e eu já me agitava no bercinho.
A licença maternidade da minha mãe acabou, e com isso, comecei a passar todas as manhãs com a minha avó. E assim foi até a idade escolar. Sabem como são os avós, não negam comida para os netos por nada. Ainda mais na casa do meu avô, que nasceu na Itália. Tem que mangiare, capicci? Povera da bambina (pobre da criança)! Passava beliscando a manhã inteira. Chegava em casa, e por mais que a minha mãe tentasse, ela não tinha forças para me impedir de comer a porta da geladeira. O resultado não poderia ser diferente: 10 anos e 64kg. Sim, o peso de uma mulher adulta normal. Tudo bem que eu sempre fui alta, na verdade, com 12 anos eu já tinha a altura que tenho hoje (1,66m), mas tudo tem um limite, não é verdade?
Já de criança eu sofria de algum tipo de preconceito com essa história toda. Criança em fase escolar é o bichinho mais sincero e cruel que pode existir. Segundo as regras da escola, minha obrigação era estudar e comer e ai de mim se tivesse qualquer tipo de paixãozinha platônica, dessas de séries iniciais. Isso sem contar aquelas coisas básicas que envolvem a vida de um gordinho: ficar meio excluído comendo em um canto, ser sempre o último para ser chamado na hora dos esportes...mas acho que acabei me acostumando.
Isso sem contar naquelas tias-avós sem vergonhas que adoravam dizer que eu era a cara da minha avó (Deus a tenha, mas a coitada não tinha bunda nenhuma). As do lado paterno, que eram do interior (lugar onde ser gordo é bonito), diziam bem assim: “nossa mas como tu ta linda, bem grande e bem gorda”. É para querer cortar os pulsos com a bolacha Maria que eu estava comendo. Do lado da minha mãe, tinha uma tia avó, que eu não consigo chamar de outra coisa a não ser de f..d..p..., que adorava dizer que eu “poderia dar um pouquinho das minhas gordurinhas para a minha mãe, já que eu tinha sobrando e ela não”. Depois dizem que a paciência é uma virtude...
A questão é que, chegou a puberdade e as “bordinhas de catupiry” em volta da cintura não estavam deixando o meu corpo em formação aparecer. Começou a fase das dietas: dieta aos 11, perdi 6kg, ganhei 16. Nota zero em reeducação alimentar. Mas não me dei por vencida. Aos 14, iniciei uma nova dieta que foi até o início dos 16. Perdi 12 quilos. Ahhhh agora sim! Mas, com os quilos perdidos, os meninos se aproximaram, comecei a namorar e...a comer igual ao namorado em questão. Resultado: 17 anos e os quilos voltaram. E assim foi...homeopata, ortomolecular, massagem, isso e aquilo, até anfetamina contrabandeada e princípios de bulimia (não tentem isso em casa, por favor). Tudo isso acompanhado por uma ex-sogra que fazia questão de dizer como eu estava gorda (verdade que ela não via que a própria filha era meu dobro). Ah, querem saber a verdade? Eu tô sempre de dieta! Que gordinho que não está, não é mesmo?
Hoje, aos 23, posso dizer que o resultado da minha dieta foi um só: nunca estive tão gorda na minha vida hehehehe
Pois bem, pessoas. Foi no mês de agosto que eu resolvi dar um basta nisso. Orientação profissional de qualidade. Fui em uma endocrinologista. Ela me receitou dieta, exercícios e um remédio para auxiliar, a sibutramina (que muitos já devem ter ouvido falar).
A dieta, eu já meio que estou acostumada a fazer (o que me mata são os tropecinhos...tipo...um xis completo à noite com batatas fritas e sorvete heheeheh...coisa pouca). Os exercícios, tomei vergonha na cara e retomei minhas aulas de jump. Acredito que cumprindo os horários direitinho vou ter resultado.
Meu objetivo, pessoal, é assumir o compromisso com vocês de ir contando a minha evolução nessa história toda (já que isso vai também me colocar na obrigação) e ao mesmo tempo colocar informações interessantes para quem está na mesma situação que eu e quer também fazer alguma coisa. Espero que possamos dar boas risadas juntos e trocar informações. E, principalmente, ver os resultados que eu estou alcançando.

Abraços.

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