terça-feira, 15 de setembro de 2009

Dia 15/09 – Os demônios do final de semana

Temos que ser francos...é impossível passar um final de semana sem pelo menos um tropecinho que seja na dieta...mas esse meu último fim de semana particularmente exigiu de mim uma força titânica. Foi uma tentação atrás da outra!
Começando na sexta, quando meu esposo retornou de Pelotas e eu entrei em uma de dizer que queria que ele trouxesse alguns docinhos de Pelotas para experimentar. Ele chegou em casa com uma caixa linda, toda decorada e com 12, eu disse 12, docinhos fresquinhos, um mais lindo que o outro, decorados com um capricho que só lá por aquelas bandas mesmo. Eu abri aquela caixa e meus olhos brilharam...era o primeiro doce que eu estava me permitindo comer desde que iniciei a minha dieta...”mas vou ser forte”, eu pensei, e com muita calma para saborear bastante, comi apenas um docinho....
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tá bom, tá bom, eu confesso, foram três! Mas foi um por dia, o que para mim, que não parava de comer até ver o fim ou ficar enjoada, já é um lucro e tanto.
Segunda tentação do final de semana...sexta feira com os amigos. Uma amiga minha desde os tempos de colégio e o namorado dela resolveram me visitar e jantar na minha casa. Combinamos de pedir uma pizza...xiiii já vi que o bicho ia pegar. Eu ainda vou entender o que acontece com os seres humanos que o cheiro de uma pizza mata muito mais do que o cheiro de uma alface...custa os genes, os costumes, ou sabe-se lá o quê, que provoca essa vontade louca por comida, de vez em quando dar aquela quebradinha para o lado das comidinhas saudáveis? Custa eu ter uma vontade louca e avassaladora de comer uma bacia de brócolis? Me entreguei, aproveitei o fato de que não estava em um rodízio e comi normalmente, deu ao todo três fatias, uma a mais do que os nutricionistas aconselham. Ah, mas dane-se! É sexta-feira!
Terceira tentação do final de semana ...comida de mãe! Cheguei na casa da minha mãe para aquela visita básica de sábado...qual era a janta? Lasanha! Lasanha da minha irmã! Como diria meu marido, se ela fizesse aquela lasanha para vender, já dava para juntar um belo de um troquinho, de tão boa que ela é. Óbvio que, em função da pizza de sexta e dos docinhos pelotenses, eu não podia ficar de jeito nenhum, mas nenhum mesmo para a janta. Quando a minha irmã tirou a lasanha do forno, eu me levantei e disse “bom gente, o papo ta bom, mas eu vou indo pra casa”. Qual é a mãe, que escutando isso, não pergunta: “Mas tu não vai jantar aqui em casa?”. Casa de gringo, sabe como é, comida e família são palavras do mesmo grupo. Muito calmamente, expliquei que teria que ir para a casa para fugir da tal da lasanha. “Ah, mas como que tu vai deixar teu marido ir contigo sem comer um pedacinho? Senta aí, eu te frito um bife e tu come ele com salada”. Ta bom, né? De fato, eu não posso ficar privando o pobre do guri, ele nunca comeu como se tivesse uma perna oca, para depois engordar e ter que correr atrás do prejuízo. Quem fez isso foi eu.
Sentei na mesa, peguei meu bife, enchi o resto do prato com salada e fui comendo, comendo e escutando aqueles barulhinhos dos outros de hummm, noooosa, e nhaaaam, característicos de quem está comendo uma coisa boa. Agüentando os elogios à lasanha firmemente, sentindo o cheiro dela entrar e sair pelo meu nariz (bem feito, ninguém mandou sentar bem na frente dela) e enchendo a boca de alface (e uma cenourinha ralada, que a minha mãe ralou com todo carinho para que eu tivesse um pouco mais de variedade no prato). Meu pai largou: “come uma garfada só, para tu provar o gosto, tu não vai engordar por conta de uma garfada”. Bom, ele estava falando a verdade, que mal faria pelo menos provar um pedaço? Peguei o garfo, tirei uma garfada pequena e coloquei na boca. Acho que nunca na minha vida eu havia tentado fazer um pedaço de comida permanecer na minha boca o maior tempo possível. Fiquei mastigando, deixando aquela comida dissolver devagarinho, sentindo cada grão de sal, cada pedaço de carne, cada fatia de queijo que existia ali. Até a minha irmã, vendo a minha cara de êxtase, deu um grito na mesa: “Silêncio, silêncio, fica todo mundo quieto, deixem a Dani curtir o momento dela com a lasanha” heheheeh. Mas eu venci! Fiquei sem a lasanha.
Domingo...como diria a minha avó, chuuuuuva que Deus mandava, não parava de chover um segundo. Já virando sapo, meu marido e eu decidimos comer fora, para sair pelo menos um pouquinho. Fomos no shopping e lá estava ele... aquele estabelecimento de letreiro vermelho e um “M” amarelo, que mais parecem os portais do inferno. McDonald’s...
Vamos conversar sério agora...Mcdonald’s é o inferno e Ronald Mcdonald é o demônio vestido de palhaço! Gente, pelo amor de Deus, aqueles caras vendem lanches do tamanho de uma bolacha recheada, mas mesmo assim aquilo vicia como se fosse uma droga. E estufa! Além disso, os atendentes foram treinados para te engordar: “gostaria de batata frita e refrigerante grande por mais cinquenta centavos?”. Diz que sim para ver se no dia seguinte você não vai amanhecer com uns trinta furos de celulite a mais na sua bunda... e as sobremesas? Eles inventam uma diferente por mês, para fazer você ter vontade de provar algo diferente o tempo todo. Sem dúvida, aquilo é do mal...
Do mal, mas decidimos comer lá mesmo assim. Mas olha como eu to ficando boa nisso: troquei a batata frita por salada! Hein? Aham, vocês leram direito, sa-la-da! E coca light com sanduíche de frango. Que orgulho de myself! Sinal que os primeiros sinais que estou aprendendo a comer direito estão aparecendo.
E, puxando aqui e ali, diminuindo um pouco acolá e aumentando mais lá adiante...subi na balança na segunda à noite...e...mais um quilo a menos!
Moral da história: dá pra se passar de vez em quando, o importante é não se passar todos os dias. O que engorda não é o que você come uma coisa ou outra mais calórica no final de semana, mas sim se você come todos os dias como se fosse final de semana.

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