Dia 27/10/2008 – Revisão no Endocrinologista

Ontem foi um daqueles dias que tudo aquilo que eu falo teve que ser colocado à prova...dia de ir na endocrinologista e comprovar para ele que eu estou fechando a boca...

Para começar, alguém por favor avise nas faculdades de medicina que não tem muita gente se especializando em endocrinologia? Por que tem que ser uma briga para conseguir horário com um desses caras? Faça o teste, caro leitor, ligue para um consultório de endocrinologia e tente marcar horário para a próxima semana, quero ver você conseguir. Mas Freud explica, afinal de contas, é sempre mais fácil colocar a culpa da nossa engorda nos hormônios ingratos do nosso corpo e não nas 50 bombas de chocolate, 150 sacos de batata frita, 250 pães franceses com manteiga e mortadela e 1050 casquinhas de sorvete que comemos ao longo de toda a nossa vida. Sabe como é: se você tem um problema, certifique-se de que você tem alguém em quem colocar a culpa e tudo estará bem...e com os pneuzinhos não poderia ser diferente. Especialmente porque com ajuda profissional temos pelo menos um incentivo e um método...bem...não super ultra power mega rápido de emagrecimento, mas um super ultra powerzinho...

Voltando a ontem, saí no meio da manhã do trabalho, uns 40 minutos antes da consulta, afinal de contas estava sem carro e o trajeto teria que ser no bom e velho “expresso canelinha”. Como o trajeto da minha empresa até o metrô é uma caminhada puxada, fui para o trabalho de tênis, para evitar qualquer dor na batata da perna ou tornozelo torcido por causa de algum salto. Ninguém quer ver um gordinho sentado na beira de uma calçada, chorando com o pé torcido. Até porque içar uma criatura dessas depois que ela se atirou no chão não é uma tarefa muito fácil.

Chegando na passarela de acesso ao metrô, a lei de Murphy, ou a lei de Smurf, como preferir, sempre presente nas nossas vidas, atacou: fiquei lá com aquela cara embasbacada, olhando o metrô chegar, e pensando, que se tivesse saído 2 MINUTOS, meros dois minutos, eu não tinha perdido aquela porcaria. Mas, como uma mulher que se preze, eu tinha que fazer um xixi antes de sair na rua, e foi isso que determinou se eu iria ou não chegar atrasada no médico. Olhei para o relógio do metrô: 09:25...olhei para a placa que dizia o intervalo entre um trem e o outro...10 minutos...”deixa eu ver, agora são 09:25, mais 10 minutos, 09:35, o trem vai levar uns 10 minutos para chegar até o centro...09:45...minha consulta é às 09:40...” respirei fundo e disse...é, agora danou-se (para não dizer outra coisa). Com toda aquela dificuldade de horários que é um endocrinologista eu tive a capacidade de me atrasar, para cair naquele intervalo de tempo interminável do “passei um outro paciente para o seu lugar, vou ver se consigo te encaixar” e você fica condenado à passar a eternidade naquela salinha com revistas velhas, musiquinha ambiente, e secretária tagarelando ao telefone.

Finalmente o metrô chegou. Entrei, encarei aqueles 10 minutos de viagem, onde todo mundo olha na cara de todo mundo. Quando o metrô chegou no centro da cidade, eu, já mais atrasada do que gargalhada de surdo, desci correndo e saí como uma doida varrida, pensando em qual caminho tomaria para chegar mais rápido, desviando de bloqueios tradicionais do caminho, como entregadores de panfletos, adolescentes que saem de turma e resolvem criar verdadeiras barreiras humanas, ficando um ao lado do outro como em um pelotão, mulheres que até hoje me fazem perguntar o porquê elas pensam que estão passeando em um centro de cidade mal cuidado e um que outro cachorro de mendigo. Como que por um milagre, cheguei no prédio da médica às 09:50, ultrapassei correndo uma gordinha que se arrastava no caminho até o elevador (e que mais tarde acabou entrando no mesmo consultório) e entrei no consultório, esbaforida e sentindo o suor escorrer pelas costas, mais grudenta do que cocô em tamanco novo. Depois de mais uns 10 minutos esperando a secretária falando ao telefone (que não deve ter visto o meu pé batendo de impaciência ao lado dela), ela finalmente desligou o aparelho e perguntou: “é consulta para você?”. Nããããão! Vim aqui só para te conhecer, eu pensei. Mas me contive e acenei que sim com a cabeça. “É só aguardar, por favor”. Sim, senhores, eu esperei 10 minutos em pé (já eram dez horas da manhã) para que ela pedisse que eu sentasse e aguardasse. Fiquei ali, tentando encontrar o jato de vento do ar-condicionado para fazer aquele suor todo passar e olhando para todos os lados procurando por um bebedouro, um pano úmido que fosse para tirar a sede da correria...

Logo em seguida, a médica me chamou...entrei no consultório e dei uma olhada na balança que estava lá paradinha, nos olhamos por breves segundos, como nos filmes de faroeste, com direito aos meus dedinhos mexendo vagarosamente, como quem vai sacar uma arma. Era a prova dos nove (ou dos 80, sei lá), agora era eu, ela e a médica. E ela já estava prontinha ali, me mostrou a língua e tudo (vocês acham que estou louca, mas eu juro por essa luz que me “alumia” que estou falando a verdade).

Conversa vai, conversa vem, chegou a hora de subir na balança...3,5 quilos a menos...tá bom né? Pelo menos desceu...não tanto quanto eu queria, mas desceu. A médica olhou e disse...”é, que bom que desceu, mas o normal é de 2 a 3 quilos por mês, e já passaram dois meses”, você deveria ter perdido de 4 a 6 quilos. Gente, eu só perdi por 500gr! Eu não devia ter me sentido tão mal, nem ela ter me feito me sentir mal. Ou ela acha que ganha dinheiro porque emagrecer é barbada? Ela continuou me receitando os remédios (não Danieli, eu não aumento a dose nem com obesos mórbidos, o emagrecimento tem que ser devagar), pediu para eu tentar diminuir um pouco mais a alimentação (pouca coisa, só para acelerar mais o emagrecimento) e fazer mais exercício (aparentemente academia três vezes por semana não surte tanto efeito assim). Mas...fazer o que, né? Correr atrás do prejuízo é isso. Saí do consultório e vi a balança apontando pra mim e rindo...que filha da mãe...

Resultado...perdi um trem, me encharquei de suor, driblei minha impaciência com uma secretária, para no final um médico me dizer que eu não tinha emagrecido o suficiente...pior só se fosse segunda-feira...



PS - Ah, e aproveitando aqui, gostaria de dar um oi especial para a Fran, que me mandou um recadinho super legal, elogiando os meus posts e pedindo que eu escrevesse com mais freqüência. Primeiro, desculpa Fran se eu ainda não tinha respondido, mas eu adorei o seu recadinho, não respondi por conta da correria. E segundo, fico muito feliz com todas as mensagens de carinho que recebo de vocês. Que bom que vocês gostam dos meus posts e dão risada com eles, o objetivo é esse. Ultimamente eu até tenho andado pouco inspirada, aconteceram poucas coisas diferentes para que eu escrevesse, mas sempre que acontece alguma coisa por conta dessa dieta eu dou um jeito de falar sobre isso, um pouquinho que seja. Mas talvez por ser um pouco auto-crítica, eu só posto quando acho que tá aceitável (mesmo assim, às vezes entro em conflito comigo sobre postar ou não heheeh). Mas o que importa de verdade é que vocês gostem. Beijos